Meus abismos são tão meus que me causam tremores, calafrios e muitas dores. Queria que fossem de outros, mas são meus, eu os calo, esquecendo que existem. Fuga primária e sem eficácia, a memória ainda não partiu, ela está aqui e me lembra deles vez por outra, as vezes quando isso acontece crio uma coragem e mergulho em mim mesma. Quase sempre me surpreendo negativamente quando submergo no meu submundo, pois vejo lá guardado e escondido muito do que eu não gostaria que fosse meu, mas é...
Ai que dor sinto quando vejo que não gosto do que sou...
O mais difícil é me perdoar pelo pouco que sou. Talvez buscando o que eu possa vir a ser, talvez e só talvez eu perdoe a minha mediocridade.
São Paulo, 27 de abril de 2012.